segunda-feira, outubro 31, 2005

“The understanding” (2005), Röyksopp



Música gelada

Quando o duo norueguês se estreou em 2001 com o álbum “Melody A.M” muitos ficaram logo fãs e com inúmeras expectativas quanto ao futuro destes dois rapazes que vêm do frio. A abertura do concerto de Moby no Pavilhão Atlântico em 2002 veio só acabar por confirmar a qualidade musical e entrega efusiva que Brundtland e Berge nos dedicam, a nós público.

Os ambientes doces e downbeat polvilhados numa electrónica tanto eufórica como intimista da música dos Röyksopp de “Melody A.M” têm neste “The understanding” uma carga menos interessante.
Na verdade, o duo criou um disco pouco cativante que nos passa ao lado em variados momentos (infelizmente em grande parte deles).

O desinteresse começa logo na primeira faixa, “Triumphant”, que de triunfante não tem nada, muito pelo contrário.
Todo este álbum não tem a originalidade e despreocupação do primeiro, despreocupação essa que soou tão bem por nos parecer uma coisa nova e espontânea.
“The understanding” parece ser um disco mais pensado e, portanto, menos emotivo. As músicas têm quase todas um carácter automático e desprovido de autenticidade e as melodias em geral chegam a soar a um disco-sound do pior que se faz por aí.

No entanto, salvam-se alguns temas como “Follow my ruin”, “What else is there?”, “Someone like me” e “Dead to the world”.

3/10

domingo, outubro 30, 2005

“O crime do Padre Amaro” (2005), Carlos Coelho da Silva



O crime ao cinema português

É triste quando vamos ao cinema ver um filme português, apoiar o que é nosso e saímos de lá com a completa sensação que fomos enganados. É isto que nos acontece após o visionamento deste execrável filme.

Em 2001 o mexicano Carlos Carrera adaptou ao cinema um dos nossos mais interessantes romances de Eça de Queirós. Num filme que levantou inúmeras polémicas com a Igreja Católica, Carrera conseguiu absorver e transpor para o ecrã toda a essência que sentimos ao ler o romance do Eça. As personagens, os ambientes e os gestos.
Infelizmente (e ironicamente) o português Carlos Coelho da Silva não percebeu nada do que Eça escreveu.
Com o intuito de fazer uma versão moderna do romance entre o Padre Amaro (Jorge Corrula) e Amélia (Soraia Chaves), o realizador português subverteu e adulterou a história. E da pior forma possível.

Tudo começa quando o Padre Amaro vai substituir outro pároco numa paróquia de um bairro problemático em Lisboa. Amaro instala-se numa casa habitada por uma jovem sensual e fogosa que, inevitavelmente, o acaba por seduzir e o leva a cometer o dito “pecado” do título.

Com muito hip-hop a servir de banda sonora, pancaria, sexo e clichés em tudo o que é sítio (os cabeleireiros gays, só para dar um exemplo), “O crime do Padre Amaro” é uma inclassificável adaptação do romance de Eça. Porque da história original nada restou: a doce e inocente Amélia é aqui uma mulher sensual e provocante (com uma péssima interpretação da inexpressiva Soraia Chaves), o final emotivo foi alterado para um final ridículo e as personagens secundárias que enriquecem o enredo original foram aqui trocadas por uns secundários sem nexo nenhum que muitas vezes (na maioria) não entendemos o que estão lá a fazer. E além disto tudo estão enfiadas a martelo umas histórias paralelas que em nada fazem crescer a conveniência e valor do filme.

“O crime do Padre Amaro” é um filme que custa a ver tal o seu mísero interesse. Nele não encontro um único ponto positivo a apontar e por isso é inevitável levar com um zero.
Este é já um dos sérios candidatos a pior filme do ano. Amén.

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sexta-feira, outubro 28, 2005

O regresso de Madonna



Estreou finalmente o tão aguardado novo videoclip de Madonna. Em “Hung Up” (realizado por Johan Renck, que já anteriormente tinha trabalhado com Madonna no fantástico vídeo para “Nothing really matters”) a diva pop presta homenagem à dança e à iconografia dos anos 70.
Mais bela e em melhor forma que nunca, Madonna regressa em toda a força.
Para ver e ouvir

  • aqui
  • quarta-feira, outubro 26, 2005

    “Les poupées russes” (2005), Cédric Kaplisch



    A ternura dos 30

    Depois das aventuras e desventuras como estudante de Erasmus em Barcelona, Xavier (Romain Duris), já adulto e a viver na sua Paris natal, realiza o seu sonho e torna-se escritor.
    É aqui que a trama se começa a desenrolar, com os problemas românticos de Xavier que procura encontrar a mulher ideal uma vez que já chegou aos 30 anos.
    Nesta sequela de “L´auberge espagnole”, reencontramos as mesmas personagens que nos deliciaram com as suas peripécias estudantis no tempo em que eram estudantes universitários.

    Xavier é um escritor falhado que para sobreviver escreve argumentos para séries cor-de-rosa e biografias de gente sem qualquer interesse.
    No campo amoroso não tem mais sorte pois vive relações momentâneas e vai coleccionando namoradas na ânsia desesperada de encontrar a mulher ideal.
    Passado entre Paris, Londres e São Petersburgo, “Les poupées russes” é um filme que nos fala da busca do amor e da transição de um jovem para a idade adulta e tudo o que daí advém.

    Se neste novo filme de Cédric Kaplisch não encontramos a espontaneidade, originalidade e frescura do anterior, o divertimento continua a estar lá.
    É um filme muito agradável, com uma montagem fora do normal (com muitos flashbacks à mistura) e com um actor em franca ascensão depois da excepcional interpretação em “De battre mom coeur s´est arrêté”.

    * * *

    sábado, outubro 22, 2005

    “The back room” (2005), Editors



    O quarto das traseiras do rock alternativo

    Banda formada há relativamente pouco tempo (2003), os Editors lançaram este Verão o seu primeiro álbum que apelidaram com o nome “The back room”.

    Com nítidas e assombrosas semelhanças aos Interpol (tanto a nível de voz como das próprias canções), os Editors praticam um rock alternativo que se ouve com bastante agrado mas que também não deslumbra ninguém.
    As músicas são eficazes e com as medidas exactas que misturam um revivalismo pós-punk com um rock alternativo moderno, modelo tão na moda nos dias que correm.

    “The back room” é um álbum que satisfaz (e bem) o ouvinte mas que também não é muito diferente do que por aí se faz.
    É um álbum dinâmico que abre com uma música bastante acelerada (“Lights”) para logo a seguir passar para outra que está ao mesmo nível mas com um especial trabalho a nível de guitarras (“Munich”).
    Mais lá para a frente encontramos a melhor é mais bem construída música, “Bullets”, que serviu como ponto de avanço ao álbum. É um single certeiro com todas a características para ser um sucesso estrondoso.
    “Camera” é uma música mais calma e introspectiva com uma das mais belas letras do álbum: “Look at us through the lens of a camera/Does it remove all of our pain/If we run, they'll look in the back room/Where we hide all of our secrets”.

    “The back room” é, dentro do género, um disco cativante e por vezes um pouco obscuro e enigmático (no melhor sentido dos termos).
    Os fãs dos Interpol e/ou Bloc Party vão gostar deste primeiro trabalho dos Editors, isso garanto.

    7/10

    terça-feira, outubro 18, 2005

    “Cronicas” (2005), Sebastián Cordero



    If it's on TV, it must be the truth.

    Uma equipa de jornalistas de Miami viaja até à vila de Babahoyo, no Equador, para fazer uma grande reportagem sobre um violador e assassino de crianças que mate em série.
    Decidido a fazer a reportagem da sua vida e a ter um momento de glória, o jornalista Manolo Bonilla (Jonh Leguizamo) tenta descobrir o assassino deste caso que assusta a pobre população da vila.

    “Cronicas” levanta uma série de questões éticas: até que ponto podem os jornalistas interferir em investigações policiais? Podem estes assumir o comando nestas investigações e fazer o papel que muitas vezes a polícia não realiza?
    E será que tudo o que vemos na televisão é uma imagem da realidade?
    Muitas vezes o que os media nos transmitem não é a pura realidade mas sim aquilo que eles querem que os espectadores vejam e o que acham que trará maiores audiências.
    É este o principal objecto de estudo deste filme de Sebastián Cordero. Muito para além do suspense e de tentarmos descobrir quem é o verdadeiro assassino (tarefa que até não é muito complicada), “Cronicas” leva-nos a reflectir sobre o verdadeiro papel dos media na nossa sociedade e se por eles nos devemos “levar” com tanta facilidade.

    Um filme interessante que continua a demonstrar a grande força que o cinema da América do Sul está a ter cada vez mais.

    * * *

    domingo, outubro 16, 2005

    “Supernature” (2005), Goldfrapp



    OOH LA LA

    Passados dois anos desde a edição de “Black Cherry”, os Goldfrapp voltam à carga com um álbum bastante dançável e a transbordar glam-rock por todos os lados. Assim é “Supernature”.

    Se o primeiro álbum da banda (“Felt Mountain”) consistia em ambientes celestiais e puros, já o segundo (“Black Cherry”) era assumidamente mais perverso e sensual. Com estes dois extremos é difícil criar uma terceira categoria para o novo álbum pois o céu e a terra já tinham sido musicalmente explorados. Talvez por essa razão “Supernature” seja um álbum pouco original e que em muitos pontos coincide com “Black Cherry”.

    Em termos gerais “Supernature” é um álbum que se ouve bem, com músicas de um electro-pop bastante dançável e cativante. Mas quando já vamos a meio do álbum as músicas começam a ser cansativas pois, à excepção de “Let it take you” e “Time out from the world”, todas as outras têm uma batida muito acelerada que acaba por fartar.
    “Black Cherry”, que também explorou esta vertente mais electrónica repleta de sintetizadores, conseguiu mediar melhor a dosagem deste ritmo frenético com músicas mais calmas e, por isso, mostrou ser um álbum superior.

    “Supernature”, apesar de não ser original, tem temas que se devem ouvir com especial atenção: o primeiro single completamente viciante “Ooh la la”, “Ride a white horse”, “Slide in”,“Koko” e “Number 1”.

    6/10

    sábado, outubro 15, 2005

    “Last days” (2005), Gus Van Sant



    O anti-herói

    “Last days” fecha a trilogia composta por “Gerry” e “Elephant”, todos filmes do cineasta Gus Van Sant que tratam do tema da morte de adolescentes.

    O filme retrata os últimos dias de um músico à beira do desespero, sem qualquer visão de um futuro promissor, perturbado por uns fantasmas interiores que o consomem dia após dia.
    Blake (Michael Pitt) é uma estrela rock que envolta em problemas relacionados com a droga, falta de inspiração criativa e uma relação distante com a filha, começa a definhar num corpo já frágil e cheio de feridas internas.
    A morte é o tema fulcral de “Last days” e sabemos à partida que Blake não vai escapar dela: o filme procura mostrar-nos o encontro de um homem com a sua morte, a única escapadela possível para um ser que foge da própria vida.

    Há alguns pontos essenciais que gostaria de focar nesta análise a “Last days”.
    Em primeiro lugar, a excelente realização: tal como no anterior “Elephant”, Gus Van Sant percorre neste filme a personagem central e as secundárias com a sua câmara, mostrando-nos diferentes pontos de vista. Esta singularidade original resulta extremamente bem pois enriquece bastante o filme em termos de ritmo.
    Outro ponto que me parece interessante é o papel da floresta. Misteriosa e purificante, é o lugar escolhido por Blake para divagar e refugiar-se do mundo em que vive. É no conforto da natureza que o músico parece reconciliar-se com o pouco de vida que lhe resta.
    Impossível é omitir a inspiração clara e assumida de Gus Van Sant em Kurt Cobain, o líder do mítico grupo Nirvana, fundador do grunge.

    Michael Pitt encarna esta representação de Kurt Cobain na perfeição tanto a nível físico (as semelhanças entre ambos são bastante visíveis) como a nível interpretativo. Apesar das poucas falas, Pitt é exímio ao interpretar este jovem inadaptado, ressacado e moribundo.

    “Last days” é um filme difícil de assimilar mas belíssimo no seu minimalismo.

    * * * *

    quinta-feira, outubro 13, 2005

    “Alice” (2005), Marco Martins



    Desesperadamente à procura de Alice

    Alice desapareceu há 193 dias. Desde aí, o seu pai Mário (Nuno Lopes) tem percorrido desesperadamente as ruas de Lisboa para ver se encontra algum rasto da filha.
    Todos os dias Mário percorre o mesmo caminho e os mesmos passos que efectuou no dia em que a sua filha desapareceu, na esperança vaga de encontrar pistas que o levem até Alice.
    A sua obsessão e desespero incitam-no a montar câmaras de filmar em vários pontos da cidade com o intuito de encontrar o rosto da filha no meio da multidão anónima e alienada.

    Marco Martins filma Lisboa duma maneira notável, uma cidade inóspita e fria por onde as pessoas deambulam indiferentes a tudo. No meio da cidade cinzenta vemos um homem, Mário, que anda ao contrário de todos os outros.
    Este homem, aterrado pela ausência da filha desaparecida, vagueia também ele perdido por Lisboa na esperança já quase perdida de encontrar o que lhe pertence.
    “Alice” é um drama muito humano e trágico, não só no conteúdo mas na forma também. Se o tema dum ente querido por si só já é aterrador, a forma como o filme se apresenta também nos transmite esse clima sombrio e tristemente solitário.

    Nuno Lopes tem aqui uma prestação notável, dum pai em pleno desespero e angústia que carrega nas costas uma perda insubstituível.
    Também de salientar a belíssima banda sonora de Bernardo Sasseti.

    “Alice”, como já referi, é um filme tristemente belo que nos dá orgulho de irmos ao cinema ver filmes nacionais.
    Mas se todos estes aspectos são positivos, temos também partes do filme um pouco entediantes e com pouquíssimos diálogos (que enriqueceriam o filme, na minha opinião).

    * * *

    sábado, outubro 08, 2005

    “She hate me” (2005), Spike Lee



    Jack Armstrong (Anthony Mackie) é um executivo que trabalha numa empresa farmacêutica mas que é despedido após denunciar a empresa de uns negócios ilícitos.
    Quando se vê desempregado e necessitando de arranjar dinheiro, aceita a proposta da sua ex-namorada Fátima (Kerry Washington): fecundar lésbicas que lhe oferecem grandes quantias de dinheiro.

    Depois duma obra como “25th Hour”, nem parece que estamos na presença de um filme do mesmo realizador.
    Na verdade, este “She hate me” promete muito mas cumpre pouco.
    O que estraga o filme, no meu parecer, é que nunca chegamos a perceber o que Spike Lee pretendeu fazer.
    O filme conjuga uma série de assuntos actuais mas que nada têm a ver uns com os outros: nele encontramos as temáticas da homossexualidade, máfia, corrupção, racismo, etc.
    Spike Lee procurou falar abertamente sobre todos estes assuntos mas parece que se esqueceu de criar uma história menos incongruente e mais objectiva. Os temas parecem que não encaixam todos na mesma história e por isso temos a sensação que falta um elo unificador em todo o filme.

    O que salva este “She hate me”, de certa forma, é uma das últimas cenas (a cena do beijo a três) que contém mais emoção que todo o restante filme.

    * *

    sexta-feira, outubro 07, 2005

    “X&Y” (2005), Coldplay



    A banda prodígio

    Depois de dois álbuns muito bem aceites pela crítica e principalmente pelo público, os Coldplay já se tornaram uma das bandas mais conhecidas e queridas do mundo.
    O quarteto inglês provou que as melodias simpáticas que juntam o brit-pop com um rock suave mais alternativo são a chave para o sucesso instantâneo.
    Ao terceiro álbum de originais, os Coldplay voltam a dizer-nos que ainda fazem música boa e que não ficaram a descansar à sombra dos seus dois anteriores sucessos.

    “X&Y” é um disco claramente mais ambicioso que “Parachutes” mas que segue o já grande e mais mediático “A rush of blood to the head”.
    Apesar de ter um cheirinho de anos 80, o brit-pop continua a ser a maior influência desta banda que se tornou, por mérito próprio, uma das maiores referências do género.

    Tal como os anteriores trabalhos, “X&Y” centra-se sobretudo em músicas de cariz mais intimista e introspectivo.
    As músicas são todas harmoniosas e melodiosas, ou não fossem os Coldplay a banda por excelência a criar músicas agradáveis que transmitem as emoções de quem as escreveu.

    Apesar de não ser totalmente original uma vez que se encontra bastante próximo dos trabalhos anteriores, “X&Y” é um álbum muito bom (excluindo o primeiro single “Speed of sound" que se tornou enjoativo de tão ouvido). Soa a Coldplay do princípio ao fim e isso, só pode ser positivo.

    A ouvir com especial atenção: “Square One”; “What if”; “White shadows”, “Fix you”; ”Low”; “Twisted logic”; e a melhor de todas: “Til kingdom come”.

    8/10

    quinta-feira, outubro 06, 2005

    “La demoiselle d'honneur” (2005), Claude Chabrol



    Até que a morte os separe

    Claude Chabrol, cineasta da chamada “Nouvelle Vague” do cinema francês, apresenta-nos um novo filme que, tal como o seu anterior “La cérémonie”, é inspirado num romance de Ruth Rendell.

    “La demoiselle d'honneur” conta-nos a história de Philippe (Benôit Magimel) que no casamento da irmã conhece uma das damas de honor, Senta (Laura Smet), pela qual se apaixona.
    Senta, jovem misteriosa, faz com que o até então razoável Philippe perca a noção do que é considerado aceitável e normal. Com ideias bastante romanescas e obsessivas do que é o amor, ela defende que a prova máxima de amor é matar outra pessoa.
    É com estas ideias que Philippe acaba por perder a razão e sucumbir à sua paixão que declara como eterna.

    Chabrol procurou criar um filme que reúne o thriller, mistério e romance e o resultado foi bom. Dissecando uma família burguesa igual a tantas outras, Chabrol focou sobretudo a sua câmara num romance com contornos pouco convencionais e bastante fatalistas.
    É a partir do momento em que Philippe e Senta se apaixonam e começam a sua relação extremista que o filme começa a ganhar intensidade e interesse.

    O par de actores está bastante bem, principalmente a estreante Laura Smet que cria uma Senta como o argumento requer: misteriosa e perturbada.

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    segunda-feira, outubro 03, 2005

    “Get behind me Satan” (2005), The White Stripes



    Venha o diabo e oiça

    Depois do magnífico álbum “Elephant”, considerado por diversas revistas musicais como o melhor álbum de 2003, os White Stripes voltam às lides discográficas com “Get behind me Satan”, um pouco distante do seu antecessor em termos de sonoridade, principalmente por ser em grande parte acústico.

    Este duo original que pratica um rock bastante minimalista (apenas guitarra e bateria em quase todas as músicas) e que usa apenas vermelho, branco e preto em tudo, procurou inspiração para este novo trabalho na música tradicional americana das décadas de 30 e 40 e na música folk.

    “Get behind me Satan” é um álbum bastante eclético onde podemos ouvir músicas rock com riffs bastante viciantes (“Blue Orchid”), músicas mais exóticas com matracas e xilofones (“The Nurse”), músicas românticas sem cair na lamechice (“Forever for her,is over for me”), músicas com inspiração nítida no século passado (“Little ghost”, “As ungly as I seem”), músicas com tendências de blues (“Instinct blues”) e músicas mais vanguardistas (“Red Rain”).
    Apesar desta mistura de tendências e inspirações, “Get behind me Satan” não deixa de ter o cunho pessoal dos White Stripes e do seu rock pouco limado e bastante minimalista.
    Não é tão bom como o antecessor “Elephant” mas vale bem a pena ouvir este “Get behind me Satan”.

    A ouvir com especial atenção: “Blue Orchid”; “My doorbell”; “Forever for her (is over for me)”; “The denial twist”; “Take take take”; “Red rain”.

    7/10