sexta-feira, junho 30, 2006

“The squid and the whale” (2006), Noah Baumbach



It's like... we were pals then... we'd do things together... we'd look at the knight armor at the Met. The scary fish at the Natural History Museum. I was always afraid of the squid and whale fighting. I can only look at it with my hands in front of my face.

A acção de “The squid and the whale” decorre nos anos 80, no seio de uma família disfuncional com dois filhos que recebem dos pais a notícia do seu divórcio.
Joan (Laura Linney) e Bernard (Jeff Daniels) são os pais, ambos escritores, mas um em proeminente ascensão de carreira (ela) enquanto o outro enfrenta o esquecimento por parte do público e das editoras (ele). Walt (Jesse Eisenberg) e Frank (Owen Kline) são os filhos adolescentes que, ao receberem a notícia do divórcio dos pais, têm que mudar o plano das suas vidas que passam a estar divididas entre a companhia do pai e da mãe.

Noah Baumbach é mais um dos jovens cineastas e argumentistas da nova geração indie norte-americana que nesta obra retrata as suas próprias memórias enquanto adolescente “sufocado” entre o divórcio dos pais intelectuais.

O tom de “The squid and the whale” varia entre a comédia e o drama familiar e pessoal das personagens, o que é sem dúvida uma mais valia que lembra alguns filmes de Woody Allen.
A imagem inundada de grão é outro pormenor que, apesar de bastante simples, nos remete logo para uma década anterior.
Tanto como Laura Linney como Jeff Daniels têm interpretações bastante boas, bem como os jovens actores que interpretam os filhos do casal.

“The squid and the whale” é um filme comovente, divertido e sensível que, apesar de ser “apenas” uma história sobre as relações familiares e as crises/dúvidas da adolescência, consegue ser muito mais do que isso.
Uma verdadeira surpresa de um realizador a ter em conta no futuro.

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terça-feira, junho 27, 2006

Cena Clássica #1



Blow-up (1966), Michelangelo Antonioni

segunda-feira, junho 26, 2006

Cenas Clássicas

Vou iniciar uma nova "rúbrica" no meu blogue: uma vez por mês vou mostrar uma imagem de um filme, imagem essa que por qualquer razão é clássica para mim (quer seja pela sua beleza ou apenas pelo significado). Desde filmes mais antigos, passando pelos que vi recentemente!

sábado, junho 17, 2006

“Hard Candy” (2006), David Slade



Quem tem medo do capuchinho vermelho?

Hayley (Ellen Page) é uma adolescente de catorze anos que, através da Internet, conhece Jeff (Patrick Wilson), um fotógrafo de trinta e poucos anos. Os dois combinam encontrar-se num café e, após várias trocas de olhares e gestos, Jeff convida a rapariga para ir até sua casa.
Depois de oferecer umas bebidas misturadas por si que levam a que Jeff fique inconsciente, Hayley prepara a sua vingança que tem como propósito descobrir o passado do fotógrafo.

O tema da pedofilia, tema este infelizmente tão em voga nos dias que correm, foi muito bem trabalhado pelo argumentista e pelo realizador que pretenderam fazer um filme diferente e inesperado.

“Hard Candy” nunca é aquilo que aparenta ser e o espectador muitas vezes não sabe de que lado se há-de colocar. Afinal a vítima é a adolescente astuta ou o presumível pedófilo? Acabamos por nunca ter a certeza pois também as verdadeiras intenções de Jeff para com Hayley permanecem num mistério.
O mais espantoso do filme é tratar-se mesmo de uma inversão de papéis: aqui a vítima não é a adolescente indefesa mas sim o pedófilo. A vingança que Hayley prepara é em nome de todas as vítimas que, supostamente, sofreram nas mãos de Jeff.

“Hard Candy”, filme que esteve presente no Festival de Sundance deste ano, vive sobretudo da interpretação dos dois actores e do espaço (pequeno) onde a acção se desenrola.
A utilização e escolha das cores (vermelho, cinzento e amarelo), a decoração minimalista e moderna do apartamento (local onde quase todo o filme é passado) e as bruscas mudanças de plano, são elementos estilísticos que saltam, e muito, à vista, ou não fosse o realizador especializado na área dos videoclips.

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segunda-feira, junho 12, 2006

“Le temps qui reste” (2006), François Ozon



O tempo que acaba

Romain (Melvil Poupaud) é um bem sucedido fotógrafo de moda que de repente vê a sua vida estável e em franca ascensão dar uma reviravolta: um cancro em fase terminal é-lhe diagnosticado. O médico prevê apenas três meses de vida para Romain que, nesse espaço de tempo, vai render-se ao inevitável fim prévio da sua existência.

Conhecido principalmente após a obra “8 Femmes”, François Ozon é daqueles realizadores que muda de estilo e temática em cada filme que faz.
Em “Le temps qui reste”, Ozon concentrou-se no tema da morte e nas consequências devastadoras que isso trás à pessoa que vê a sua vida acabar antes do tempo.

A personagem central do filme é um jovem que tinha tudo: uma boa casa, um emprego promissor, uma relação amorosa estável…mas de que lhe serve isso tudo quando descobre que sofre de uma doença que lhe permite viver apenas por mais uns meses?
Romain, após conhecer o seu fatal diagnóstico, não faz grandes planos para desfrutar esses meses que lhe restam. Muito pelo contrário, ele pretende apenas saborear alguns prazeres simples de forma a despedir-se da vida: uma visita à sua avó (a única que sabe da sua doença), um último encontro com o namorado, um “favor” que faz a uma mulher que pretende engravidar…assim são os últimos dias de Romain.

A entrega total de Melvil Poupaud à sua personagem é bem visível. A transformação que se vai operando em Romain não é só perceptível a nível físico mas também a visualizamos através da amargura e fragilidade sentimental, que vai sofrendo dia após dia.
“Le temps qui rest” é uma das melhores obras estreadas este ano em Portugal, com um tema bastante delicado e dramático como só a morte antes do tempo pode ser.

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sexta-feira, junho 09, 2006

Super Bock Super Rock – Act II 7 Junho



A consagração dos arquiduques

Ainda estava um sol radioso quando os Editors entraram em palco. A imagem negra e algo gótica que tínhamos da banda (concebida pelo imaginário das suas músicas e vídeos) desaba por completo quando o concerto inicia. Em palco estão quatro rapazes vestidos como qualquer jovem, simpáticos e prontos para dar início a um concerto para uma plateia não muito completa. A certa altura o vocalista confessa estar espantado por nós, audiência, conhecermos tão bem as músicas da banda, especialmente os singles. Numa actuação não muito longa, tivemos direito a uma música inédita, a uma cover da “Road to nowhere” dos Talking Heads e a actuações enérgicas de grande parte do álbum de estreia, “The Back Room”. Para uma banda com ainda pouca experiência nos palcos, os Editors saíram-se muito bem e revelaram ser bastante profissionais e entusiasmantes.

Depois do concerto dos dEUS que me passou ao lado e de uns The Cult completamente desenquadrados do perfil da noite, subiram ao palco os Keane, banda pela qual nutro uma certa simpatia. O concerto começou bem e animado mas após umas quatro músicas a monotonia instalou-se. Em vez de apostarem nas músicas mais “festivaleiras”, o alinhamento dos Keane tinha inúmeros momentos calmos demais para o tipo de evento, o que levou a um certo desinteresse por parte do público.

Por volta da uma da manhã entraram em palco a banda por quem todos esperávamos. Com “This boy” os Franz Ferdinand iniciaram o seu grandioso concerto, onde não faltaram os grandes êxitos como “Take me out”, “Michael”, “Do you want to”, “The Fallen”, “Walk away” e, a encerrar uma hora e meia de puro êxtase, “This Fire”.
A glorificação da banda escocesa estava feita: o público rendeu-se por completo à energia contagiante dos arquiduques. Pulos, palmas e gritos eufóricos foram elementos que não faltaram neste concerto que fechou em grande o primeiro dia do Act II do Festival.

No Palco Quinta dos Portugueses não se pode dizer que houve um “grande” concerto. Os que chamaram mais a atenção do público foram os Linda Martini, com os seus instrumentais longos de mais, e Legendary Tiger Man que estava na posição algo ingrata de ser o antecessor dos Franz Ferdinand, por quem o público tanto ansiava.

Os pontos altos da noite foram mesmo o primeiro e o último concerto: a boa revelação que foram os Editors (que esperamos que voltem brevemente e de preferência para um concerto de noite e com mais público) e a consagração dos Franz Ferdinand.

domingo, junho 04, 2006

“The Da Vinci Code” (2006), Ron Howard



You are the secret.

O livro “O Código Da Vinci” do norte-americano Dan Brown é, muito provavelmente, o livro mais falado dos últimos tempos. Era inevitável que este bestseller mundial fosse adaptado ao cinema e se transformasse num gigantesco êxito de bilheteiras.
O enorme sucesso do livro e, consequentemente, do filme, reside no facto do alto teor polémico e controverso que levanta, principalmente a nível religioso.

O filme começa com a descoberta da morte do curador do Museu do Louvre que deixa inúmeras pistas sobre quem o assassinou. Estas pistas vão apontar para uma organização religiosa (a Opus Dei) que pretende a todo o custo fazer vigorar os dogmas da Igreja Católica, tais como os conhecemos hoje.
Robert Langdon (Tom Hanks), um perito em simbologia, e a agente policial Sophie Neveue (Audrey Tautou) vão em busca da verdade enquanto são perseguidos pela polícia francesa e por Silas (Paul Bettany), um enviado da seita tal católica.

Claro que “The Da Vinci Code” não é um filme exemplar mas nem era esse o seu propósito. Apesar da enorme vaga de péssimas criticas que tem recebido (especialmente no Festival de Cannes), este filme é uma aceitável adaptação do livro de Dan Brown. Claro que inúmeros pormenores ficaram de fora e isso sente-se especialmente no tom apressado em que o filme corre, mas “The Da Vinci Code” consegue captar a atenção do espectador e ser um bom exemplo de um blockbuster.
Nas interpretações destacam-se, sem dúvida, Ian McKellen e Paul Bettany.

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quinta-feira, junho 01, 2006

Há 80 anos atrás...



...nascia Norma Jean Baker, mais conhecida como Marilyn Monroe