segunda-feira, dezembro 26, 2005

Top Música 2005


O ano em álbuns

1 - Arcade Fire – “Funeral”
2- Sigur Rós – “Takk”
3- Madonna – “Confessions on a dance floor”
4- Kaiser Chiefs – “Employment”
5- Ladytron – “Witching Hour”
6- Kasabian – “Kasabian”
7- Coldplay – “X&Y”
8- LCD Soundsystem – “LCD Soundsystem”
9- The White Stripes – “Get behind me Satan”
10- Fischerspooner – “Odissey”
11- Beck – “Guero”
12- Franz Ferdinand – “You could have it so much better”
13 – Editors – “The Back Room”
14- Kraftwerk – “Minimum/Maximum”
15- Bloc Party - “Silent alarm”



O ano em singles

1- “Hung up” – Madonna
2 - “Rebellion (Lies)" – Arcade Fire
3 - “Do you want to” – Franz Ferdinand
4 - “Everyday I love you less and less” – Kaiser Chiefs
5 - “Tribulations” – LCD Soundsystem
6- “My doorbell” – The White Stripes
7- “Ooh la la” - Goldfrapp
8- “Glósóli” – Sigur Rós
9- “Destroy everything you touch” - Ladytron
10- “Precious” – Depeche Mode
11- "d.a.r.e" - Gorillaz
12- “Chicago"– Sufjan Stevens
13- “Drop the pressure” - Mylo
14- “Girl” – Beck
15- “Hey now now” – The Cloud Room

sexta-feira, dezembro 23, 2005

quarta-feira, dezembro 21, 2005

“O Fatalista” (2005), João Botelho



Já vejo o destino menos negro.

Tiago (Rogério Samora) é um motorista que, enquanto guia o seu patrão (André Gomes) numa viagem por Portugal, lhe vai contando a história dos seus amores, repetindo inúmeras vezes a frase: ” Tudo o que de bem ou de mal nos acontece cá em baixo, está escrito lá em cima".
Para Tiago, é esta máxima filosófica que controla os actos humanos. Tudo já foi escrito “lá em cima”, por isso, de nada vale querer alterar o nosso destino.

“O Fatalista” é uma adaptação do livro “Jacques le falaliste” de Diderot, concluído em 1773. Mas é engraçado apercebermo-nos como esta história nos parece mais moderna que nunca e como surge de uma forma muito mais teatral do que cinematográfica.

O filme que é constituído por pequenos episódios caricatos, ora retratando o passado amoroso de Tiago, ora a sua viagem presente com o patrão.
Pelo meio conhecemos a história da vingança cruel da Senhora D. (uma fantástica Rita Blanco) para com o Marquês (José Wallenstein): esta pequena história sobre as aparências sociais que é narrada pela estalajadeira (Suzana Borges) é, de facto, a parte mais interessante do filme (importante referir que é uma adaptação do romance “Les liaisons dangereuses” de Choderlos de Laclos que por sua vez foi adaptado ao cinema pela mão de Stephen Frears em “Dangerous Liaisons”).

“O Fatalista” um filme arrojado, com um sentido de humor refinado e repleto de boas interpretações por parte de um elenco bastante conhecido do público (o que só vem evidenciar como temos um leque bastaste restrito de actores).

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domingo, dezembro 18, 2005

“Broken Flowers” (2005), Jim Jarmush



You are the Don Juan.

Don (Bill Murray) é um conformado solteirão que após ver sair da sua vida a mais recente namorada, entrega-se a uma existência vazia e sem interesses.
Mas o inesperado acontece quando Don recebe com uma carta anónima de uma paixão antiga que diz ter um filho seu, actualmente com 19 anos.
Com a ajuda e entusiasmo do seu vizinho Wiston (Jeffrey Wright), Don parte em busca das ex-namoradas com o intuito de saber qual delas é a mãe do seu suposto filho.

Muito mais do que uma simples visita às cinco ex-namoradas, esta viagem representa um reencontro com o passado que faz com que a personagem principal se interrogue sobre o seu actual estado.
Todas estas mulheres (Sharon Stone, Frances Conroy, Jessica Lange e Tilda Swinton) que fizeram parte do passado de Don vão também ser peças fundamentais para este perceber o estado de profunda melancolia e solidão em que se encontra.

À semelhança de “Lost in translation” e “Life aquatic with Steve Zissou”, Bill Murray interpreta na perfeição a desilusão e desencantamento de um homem de meia-idade que espera encontrar algum conforto e reconhecimento por parte dos outros.
“Broken Flowers” é um filme silencioso (tal como o estado de alma e a casa do seu protagonista) que muito fica a ganhar com a interpretação deste grande actor.

A ideia de partida deste filme é animadora, não só pelo argumento mas também pelo elenco de luxo. Contudo Jim Jarmusch poderia ter ido mais longe, principalmente no final que, mais uma vez à semelhança de “Lost in translation”, surge em aberto deixando o espectador com inúmeras possíveis interpretações. Mas se no filme de Sofia Coppola essa é uma peça fundamental para filme, em “Broken Flowers” faria mais sentido termos um final concreto e não uma ideia muitíssimo vaga das coisas.

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sexta-feira, dezembro 16, 2005

“Just like heaven” (2005), Mark Waters



Almas penadas

David (Mark Ruffalo), um arquitecto paisagístico, decide mudar de casa e encontra um belíssimo apartamento em San Francisco.
No entanto a sua vida não corre calmamente como o esperado uma vez que uma mulher chamada Elizabeth (Reese Witherspoon) lhe aparece pelo meio da mobília a dizer que é a verdadeira proprietária da casa.
Os dois chegam à conclusão que Elizabeth é um fantasma e então unem esforços para a fazer voltar ao seu corpo que se encontra em coma. Pelo meio, e como seria de esperar, os dois apaixonam-se.

“Just like heaven” não trás nada de novo e vai buscar muitas ideias a tantos outros milhares de filmes que já vimos na televisão num sábado à tarde.
Divertido q.b, esta é mais uma história de amor com um final feliz e cheio de cor.
O par romântico até tem uma prestação eficaz, o problema deste filme reside na falta de originalidade e numa resolução básica e simplista da conclusão.
Ao menos salve-se a música do final que dá nome ao filme, “Just like heaven” dos The Cure.

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quarta-feira, dezembro 14, 2005

“Confessions on a dance floor” (2005), Madonna



A rainha das pistas de dança

Há 22 anos uma rapariga lançou o seu primeiro álbum repleto de músicas para dançar até de madrugada nas discotecas nova-iorquinas da altura. O que ninguém pensava é que essa mesma rapariga viesse a tornar-se num dos maiores ícones dos nossos tempos e que passados tantos anos voltasse às origens. Porque Madonna, como artista, nasceu no meio das pistas de dança e é para aí mesmo que regressa neste seu novo trabalho.

“Confessions on a dance floor” é o álbum que trás a Madonna que muitos julgavam já extinta: uma Madonna cheia de vontade de dançar e mais preocupada em pôr os ouvintes a abanar o corpo do que em fazer baladas e músicas muito profundas.
Mas engane-se quem pensar que estas confissões de Madonna estão desprovidas de conteúdo e profundidade: há algumas músicas, com especial evidência na “Let it will be”, que ganham muito pela letra.

Após “American Life” ter sido recebido com alguma indiferença pela crítica e público, “Confessions on a dance floor” parece destinado a triunfar. A abrir com o já mega-sucesso “Hung up” que utiliza um sample da famosíssima “Gime Gime Gime (a man after midnight)” dos Abba, este álbum nunca quebra o ritmo ao longo das 12 músicas que estão interligadas.
Inspirado nas décadas de 70 e 80, o novo álbum de Madonna regressa aos sons electrónicos e disco reciclando algumas sonoridades que pareciam perdidas no tempo.
Sendo revivalista mas ao mesmo tempo futurista, este álbum é um conjunto de grandes músicas que muito ficam a dever ao produtor Stuart Price (a.k.a Jacques Lu Cont) que trabalha com Madonna há já alguns anos.

“Sorry”, o já confirmado (e acertado) segundo single, é tão catchy como “Hung Up”, com um refrão que não vai passar despercebido.
Depois temos “Future Lovers” que de início lembra “Rescue me” da primeira compilação de Madonna (“The Immaculate Collection”). Uma música que, tal como o nome indica, é deliciosamente futurista bem ao contrário dos anos 80 que são bem explícitos em “I love New York”, a música que homenageia a cidade que a tornou conhecida.
“Let it will be” começa por nos fazer lembrar o sucesso da diva de 1986, “Papa don´t preach”. Mas ao invés de falar sobre os problemas da gravidez na adolescência, Madonna fala-nos da fama e do sucesso como duas coisas que não lhe trouxeram felicidade. A par da fantástica “Like it or not”, que encerra o álbum com uma batida intensa a fazer lembrar Goldfrapp, estas duas são provavelmente as músicas mais interessantes a nível de letras.
“Forbidden love” é a mais calma e a sua doçura remete-nos para os ambientes oníricos dos Air.
“Jump” é a música para dançar sem parar numa discoteca revivalista, enquanto “How High” é exageradamente robótica, com batidas electrónicas acompanhadas com a voz de Madonna distorcida no vocoder.
E como não poderia deixar de ser, Madonna fez questão de fazer uma música baseada na sua crença religiosa, a Cabala. “Isaac” é o ponto mais dispensável do álbum que, apesar de ter uma melodia interessante, muito fica a perder pela voz masculina.
“Push” é um achado de ritmo e exotismo.

“Confessions on a dance floor” é um belíssimo regresso de Madonna aos grandiosos álbuns pop, algo que não acontecia desde “Ray of light”.
Aqui temos Madonna num registo eficaz e cativante, que a transporta para o seu habitat natural: as pistas de dança.

Principais destaques: “Hung up”, “Sorry”, “I love New York”, “Forbidden Love” , “Push” e “Like it or not”.

9/10

terça-feira, dezembro 13, 2005

“Rize” (2005), David LaChapelle



Dance and sing, get up and do your thing.

David LaChapelle é um fotógrafo bastante conhecido por fotografar gente famosa em cenários completamente surrealistas e repletos de cores berrantes.
Mas desta vez aventurou-se pelo mundo cinematográfico ao realizar um documentário sobre duas novas expressões de dança: o “Clowning” e o “Krumping”.

A acção decorre nos bairros pobres dos subúrbios de Los Angeles onde os jovens negros dançam como forma de exteriorizar as suas frustrações.
Porque aí só há duas opções: ou tornam-se membros de gangs ou membros destes grupos de dança.
Ao criarem estas duas novas vertentes rítmicas (que vão buscar muitas influências ao breakdance), estes jovens tentam fazer das suas existências revoltadas um melhor lugar para viver, rejeitando a violência e decadência que assolam nos seus bairros.

David LaChapelle tem uma eficaz estreia neste documentário que mostra de uma maneira muito humana a vivência destes dois grupos.
Apesar de como fotógrafo as suas imagens terem ainda mais força, “Rize” é um espectáculo visual bem ao estilo de LaChapelle.
As cores garridas imperam e são talvez o maior trunfo do realizador.

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segunda-feira, dezembro 12, 2005

Amesterdão













Como uma cidade com casinhas, bicicletas e muitos canais consegue ser tão maravilhosamente bela.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

sexta-feira, dezembro 02, 2005

“Proof” (2005), Jonh Madden



I didn't find it. I wrote it.

Catherine (Gwyneth Paltrow) é uma jovem estudante de matemática que por causa da doença do seu pai Robert (Anthony Hopkins), um génio que começa a enlouquecer, tem que abandonar os estudos.
Após a morte do pai, a jovem começa a interrogar-se a si mesma se terá herdado do pai a genialidade ou a loucura. Ou terá herdado ambas as coisas?
Enquanto Catherine tenta descobrir a herança paterna, vê-se confrontada com a irmã que em tudo difere dela e com Hal (Jake Gyllenhaal), um jovem matemático e ex-aluno de Robert.

“Proof” é um filme razoável em todos os aspectos. As interpretações nunca passam de medianas (excluindo a interpretação bastante eficaz e realista de Gwyneth Paltrow) e as personagens secundárias parecem ser meros bonecos que nada acrescentam à narrativa do filme.
Também aqui encontramos diversos lugares comuns, tão típicos neste género de filmes: os génios são todos loucos e vivem no seio de uma família disfuncional.

Contudo, “Proof” não desilude por completo e consegue mesmo ter muitas cenas de grande intensidade dramática, graças à pujança de Gwyneth Paltrow, como já referi.

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