quarta-feira, abril 05, 2006

“Breakfast on Pluto” (2006), Neil Jordan



Not many people can take the tale of Patrick Braden, aka St. Kitten, who strutted the catwalks, face lit by a halo of flashbulbs as "oh!" she shrieks, "I told you, from my best side darlings."

Irlanda, anos 70. Abandonado à nascença na porta de uma igreja, Patrick "Kitten" Braden (Cillian Murphy) desde cedo se apercebe que é diferente dos outros rapazes. Não se sente bem no seu corpo masculino mas não deixa que ninguém mude a sua maneira de ser tão peculiar, tão cheia de fantasia e sonho.
Com a intenção de procurar e conhecer a sua verdadeira mãe, Patrick parte para Londres, a cidade onde vai deambular pelos caminhos da música, prostituição e do ilusionismo. No meio disto tudo, e sem o desejar, Patrick também se vê envolvido no IRA.

“Breakfast on Pluto” é, antes de mais, uma fábula moderna de uma enorme beleza.
Neste filme, a personagem principal é simplesmente encantadora pelo facto de ir em busca dos seus sonhos e pelas ligações tão especiais e profundas que mantém com os seus amigos de infância.
Marcado pelo estilo realista do cinema inglês, “Breakfast on Pluto” é uma fabulosa narração (pelo próprio Kitten que divide a sua história em capítulos) do assumir de uma condição feminina por parte de um homem. Mas apesar de todo este realismo que estar bem presente, aqui encontramos também inúmeras cenas onde é a ilusão e o sonho que comandam (por exemplo na cena genial em que Kitten imagina que está a salvar o mundo com um frasco de perfume).

Neste deambular entre géneros, “Breakfast on Pluto” é sobretudo um retrato de um inadaptado, de alguém que concebe o seu próprio mundo e que parece viver a quilómetros de distância dos outros.
Cillian Murphy é espantoso na sua interpretação do excêntrico Kitten, um ser tão cheio de encanto. O actor entregou-se de corpo e alma a este papel e isso dá para sentir e ver na sua interpretação tão humana e cativante.
O filme também é enriquecido pela fotografia repleta de cores vivas e berrantes, bem ao estilo dos anos 70, pela fantástica banda-sonora que evoca também essa década e pelas interpretações secundárias de Stephen Rea e Liam Nesson.

* * * * *

7 comentários:

Anónimo disse...

Hum...Excelente análise! Estou a ver que adoraste o filme. Eu vou vê-lo amanhã e depois partilharei a minha opinião :).

Cumps. cinéfilos

gonn1000 disse...

Ok, filme sobrevalorizado do momento :P

Joana C. disse...

s0lo: adorei mesmo o filme! vais ver como vale a pena.

gonn1000: as críticas até nem foram assim tão boas cá em Portugal (no Público deram 2 estrelas). Mas achei o filme magnífico :D

Anónimo disse...

adorei. 5 estrelas, sem dúvida!
devo afirmar que foi a melhor coisa que cá estreou este ano, talvez a par do Match Point... a maior injustiça do ano, ter sido esquecido nos passados óscares...

e o cillian... perfect!

Joana C. disse...

h: concordo em absoluto contigo! este e o "Match Point" são também os meus favoritos do ano, até agora.

Anónimo disse...

estava cheio de expectativa em relação a este filme, não só pelo que lia mas pelo trailler... infelizmente ficou aquém disso.

Anónimo disse...

Gostei, apesar do q dizem e das notas q têm dado.
Mas tmb.. se nos formos a guiar pelo q dizem os críticos...
O gajo representa bem e a história está contada de uma forma engraçada. Só n gostei mt dos pássaros.