Lógica certa, fórmula Coldplay
São raras as vezes que temos a oportunidade de ver duas grandes bandas num único concerto.
Por sorte, a “Twisted Logic Tour”, que mais uma vez trouxe os consagrados Coldplay ao nosso país, presenteou-nos com uma primeira parte de luxo: os Goldfrapp.
Com um álbum recente para nos apresentar, Alisson Goldfrapp e Will Gregory tiveram a tarefa ingrata de abrir um concerto para outra banda.
Com uma discografia ainda razoavelmente pequena mas cheia de pequenas pérolas, os Goldfrapp já são uma das bandas mais interessantes e originais dos tempos que correm e, por isso mesmo, é algo ingrato terem que fazer a primeira parte de um concerto de quem quer que seja.
Apesar da voz de Alisson estar mais sexy e esplêndida que nunca, dos efeitos das luzes e da energia das músicas, o público não se mostrou muito receptivo uma vez que estava impaciente para ver os Coldplay subir ao palco.
Mesmo assim, os Goldfrapp deram um belíssimo mini-concerto no qual pudemos ouvir maioritariamente músicas do último “Supernature” mas por onde passaram também as mais antigas “Strict Machine”, “Black Cherry” e “Train”.
A despedida coube a “Ooh la la”, a música que parece ter desperte mais interesse na audiência.
Depois de um atraso devido a problemas técnicos, “Square One” deu o pontapé de saída para o regresso dos Coldplay ao recinto que já em 2003 os recebera.
Chris Martin e restante banda estão melhor do que nunca em palco, muito mais soltos e dinâmicos. Aliás, Chris Martin já não se agarra tanto ao piano mas vai percorrendo todo o palco e arredores enquanto canta.
Um enorme ecrã curvo servia de cenário, bem como um fabuloso jogo de luzes.
O público vibrou, cantou e entrou em histeria ao longo de 1h30 de actuação por onde passaram já os clássicos “Yellow”, “In my place”, “The scientist”, “Clocks” e as mais recentes “Talk”, “Speed of Sound” e “Til kingdom come”.
O momento mais alto foi no final, em honras de encore: “Fix you”, maravilhosamente interpretada por Chris Martin mas também pelo público.
Apesar de ter sido um concerto cheio de pontos altos com uma banda cada vez mais profissional e entregue ao público, parece que algo faltou. Talvez a escolha do alinhamento tenha pecado por não incluir mais músicas do primeiro álbum da banda, “Parachutes”.
Foi bom mas o concerto de 2003 foi ainda melhor.