“Va, vis et deviens” (2006), Radu Mihaileanu
Êxodo
Em 1984 milhares de judeus etíopes foram levados para Israel com a finalidade de escaparem da fome e miséria que abundava no seu país.
Salomon é enviado pela sua mãe católica a embarcar nesta viagem pois esta é a única maneira do seu filho sobreviver, apesar de ter que mentir sobre a sua crença religiosa e origem.
Chegado a Israel, Salomon passa a chamar-se Schlomo e é adoptado por uma família de esquerda que desconhece a verdadeira religião da criança e a existência da sua mãe.
Ao longo do seu crescimento, Schlomo vive atormentado com o seu passado triste, com a mãe que deixou para trás e com o racismo com o qual acaba por ser vítima. A única esperança deste jovem é um dia poder voltar a ver a sua verdadeira mãe.
“Va, vis et deviens” é uma lição de vida, uma visão da esperança e da determinação de alguém que, para ser salvo, teve que esconder todo um passado.
Mas o crescimento de Schlomo (que acompanhamos em três fases e por três actores diferentes) não reside unicamente no facto de este ter sido enviado para Israel para fugir de um futuro precário quando era ainda uma criança: reside sim em tudo o que ele vai ter de aprender sobre a vida e a sobrevivência no seu novo país. Visto como um intruso e um estranho, este rapaz agarra-se ao seu desejo íntimo de reencontrar a mãe para ganhar as forças necessárias que o vão tornar num ser humano superior.
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