segunda-feira, maio 22, 2006
domingo, maio 21, 2006
“Wassup Rockers” (2006), Larry Clark
O punk no sangue e o skate na mão
O ano passado estreou “Rize”, um documentário de David LaCahapelle que retrata o “krumping” e o “clowning”, duas novas formas de dança que surgiram nos subúrbios pobres de Los Angeles. A música de fundo era o hip-hop.
Esta semana estreia entre nós o novo filme de Larry Clark (também ele fotógrafo) que, tal como “Rize”, tem como cenário os mesmos subúrbios. Mas em “Wassup Rockers” o pano de fundo é o universo punk e skate.
Larry Clark é o realizador por excelência quando se fala em filmes polémicos sobre a juventude perdida e sem perspectivas futuras. “Kids” (1995), “Bully” (2001) e “Ken Park” (2002) são provas disso mesmo, filmes por onde desfilam adolescentes problemáticos que procuram no sexo, nas drogas e na criminalidade meios para tornar as suas vidas excitantes.
“Wassup Rockers” vai também ao encontro dessas temáticas, um pouco que mais atenuadas.
Neste filme encontramos um grupo de adolescentes hispânicos, fãs do skate e do punk e que, por isso mesmo, são ridicularizados no seu bairro onde a cultura hip-hop impera.
Sem se importarem com o que os outros miúdos pensam deles, estes “rockers” divertem-se a andar de skate, a vestirem-se e a pentearem-se como os Ramones e a ouvir punk rock.
O quotidiano destes rapazes vai ser drasticamente agitado quando decidem aventurar-se no universo rico e chique de Beverly Hills.
Com um realismo e crueza que já são típicos dos trabalhos anteriores de Larry Clark, “Wassup Rockers” é um retrato bastante fiel deste grupo de miúdos que se destaca no meio dos outros. No entanto, o filme perde alguma credibilidade em uma ou duas cenas patéticas que nada acrescentam ao desenrolar da trama.
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Posted by Joana C. at 11:42 da manhã 9 janelas abertas
quarta-feira, maio 10, 2006
“Drawing Restraint 9” (2006), Matthew Barney
Rituais de Entrega
Matthew Barney, escultor e artista plástico, inspirou-se nas tradições ancestrais dos casamentos japoneses para este novo filme.
A bordo do baleeiro japonês “Nisshin Maru”, dois ocidentais (o próprio Matthew Barney e a cantora islandesa Björk) são iniciados nos rituais dos casamentos Shinto, nomeadamente com as suas vestes e comportamentos.
Ao mesmo tempo que se preparam para consumar a entrega dos corpos, uma escultura feita com gordura animal que se encontra no convés é destruída devido a uma tempestade. O líquido rapidamente começa a alastrar e vai ao encontro dos dois amantes, envolvendo-os por completo e permitindo que neles se operem grandes transformações.
Com uma banda-sonora composta por Björk, “Drawing Restraint 9” é um objecto difícil de classificar por se tratar de um “filme” onde apenas a beleza visual e musical interessam. Não existe praticamente argumento, as personagens não mostram qualquer sentimento e o surrealismo acompanha grande parte das cenas.
Apesar de por vezes ser imperceptível, “Drawing Restraint 9” é esteticamente belíssimo e é impossível não ficar fascinado com todos os rituais que vamos acompanhando.
Toda a cena da mutilação e entrega dos corpos entre Barney e Björk é, ao mesmo tempo, perturbante e magnetizante por toda a estranheza e simbolismo que nela estão representados.
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Posted by Joana C. at 11:18 da tarde 12 janelas abertas
sábado, maio 06, 2006
“L´Enfant” (2005), Jean-Pierre Dardenne/Luc Dardenne
Dores do crescimento
Bruno (Jérémie Renier) é um jovem sem grandes ambições que efectua pequenos roubos para conseguir sustentar-se a si e à sua namorada que acaba de dar à luz.
Como jovem inconsequente que é e sem carácter para aguentar as responsabilidades da paternidade, Bruno pretende vender o bebé a troco de uma grande quantia de dinheiro. Quando Sonia (Déborah François) descobre o sucedido fica tão chocada que acaba por dar entrada no hospital. Bruno procura recuperar a criança mas descobre que existem certos negócios em que não se pode voltar atrás.
“L´Enfant” é uma obra bastante realista, quer pela frieza com que um delicado tema como este é retratado, quer pela própria maneira de filmar dos irmãos Dardenne, que optaram por não embelezar as paisagens nem adicionar qualquer música.
Neste filme acompanhamos o crescimento interior de Bruno, um jovem que no início prima os seus comportamentos pela irresponsabilidade e inconsciência e que recusa pensar na vida em termos futuros, apenas se preocupando com o que obtém por satisfação imediata.
Com os acontecimentos que se vão desenvolvendo na sua vida, Bruno muda drasticamente a sua forma de agir: cresce verdadeiramente e torna-se adulto.
A evolução da personagem interpretada por Jéremie Renier é, sem dúvida, o foco principal de “L´Enfant”.
A própria transformação que vemos em Bruno é sinal do fortíssimo desempenho do actor belga que, auxiliado pela estreante Déborah François, formam uma dupla de interpretações perfeitas.
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Posted by Joana C. at 10:37 da tarde 2 janelas abertas
terça-feira, maio 02, 2006
Porque dia 29 de Abril foi o Dia Mundial da Dança...
Posted by Joana C. at 10:39 da manhã 3 janelas abertas