domingo, dezembro 31, 2006

Top Cinema 2006



1 – “Match Point”, Woody Allen

2- “Babel”, Alejandro Gonzalez Iñarritu

3- “Marie Antoinette”, Sofia Coppola

4- “Le temps qui reste”, François Ozon

5- “Breakfast on Pluto”, Neil Jordan

6- “The squid and the whale”, Noah Baumbach

7- “The Departed”, Martin Scorsese

8- “Volver”, Pedro Almodóvar

9- “Little Miss Sunshine”, Jonathan Dayton/Valerie Faris

10- “Me and you and everyone we know”, Miranda July

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Boas festas!



Desejo a todos um Bom Natal e um 2007 cheio de bom cinema e boa música ;)

Espero que gostem do novo design do blog!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

“Thank you for smoking” (2006), Jason Reitman



Michael Jordan plays ball. Charles Manson kills people. I talk. Everyone has a talent.

Nick Naylor (Aaron Eckhart) é um lobista que trabalha para a empresa Big Tobacco. É odiado por muita gente uma vez que o seu trabalho consiste em defender as empresas tabagistas e os milhares de fumadores do mundo inteiro. Intitulado de assassino de massas e sanguessuga, Nick é um homem que adora o seu trabalho desafiador e que acredita que o seu dom é falar.
Quando o senador Finistirre (William H. Macy) e os extremistas da saúde pretendem colocar rótulos nos maços de tabaco com a indicação de veneno, Nick vê-se imbuído numa missão que pretende devolver aos cigarros o seu estatuto de estilo e glamour, como sucedia na época áurea do cinema clássico americano.

“Thank you for smoking” tem a seu favor um brilhante argumento, adaptado do livro homónimo de Christopher Buckley. O assunto retratado é delicado mas este filme aborda-o dum ponto de vista satírico e oposto ao habitual: o “herói” do filme é o manipulador que ganha a vida a defender um produto que mata milhares e milhares de pessoas todos os anos. Mas é impossível não nos rendermos ao discurso impecavelmente bem articulado de Nick Naylor, por muito que sejamos contra o tabaco.

Nesta comédia satírica que pretende, de certa forma, ridicularizar a perseguição a que os fumadores estão sujeitos nos dias de hoje, o poder da palavra é a questão fulcral.
Provocatório e inteligente, assim podemos definir “Thank you for smoking”.

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quarta-feira, dezembro 13, 2006

Cena Clássica #6



"La maman et la putain" (1973), Jean Eustache

domingo, dezembro 10, 2006

"Fácil de Entender" - The Gift no CCB



Ontem os The Gift estrearam-se no Grande Auditório do CCB com um concerto de promoção ao novo disco, "Fácil de entender".
Em jeito de best of, a banda de Alcobaça desfilou músicas de todos os seus álbuns (com novos arranjos) e ainda nos presenteou com músicas inéditas e algumas versões.
Visualmente originais e inspirados, os The Gift afirmam-se mais uma vez como uma das grandes bandas portuguesas. Não só se nota um exímio profissionalismo aliado à boa disposição da banda em palco, como também a componente estética do espectáculo encontra-se no que de melhor se faz por cá.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

“The Queen” (2006), Stephen Frears



Nascida para reinar

Em Agosto de 1997 a morte da Princesa Diana chocou o mundo inteiro. A princesa do povo, como mais tarde viria a ser chamada, foi vítima de um fatal acidente de viação em Paris provocado por uns paparazzi que buscavam a última foto sensação da tão mediática Lady Di.
A resposta da família real britânica ao trágico e inesperado acidente foi manter a privacidade das emoções e não tornar público o funeral e as condolências prestadas a Lady Di. Em total contraste a esta posição conservadora e protectora tomada pela Rainha Isabel II (Helen Mirren), está a posição defendida por um então recém primeiro-ministro Tony Blair (Michael Sheen) que apelava a um funeral público onde o povo pudesse despedir-se da sua adorada princesa.

“The Queen” é um filme que segue as heranças britânicas de um gosto especial pelas biografias de figuras importantes, especialmente de monarcas que marcaram a história. No entanto, este filme não se trata de uma biografia da vida da Rainha Isabel II, mas sim de um episódio específico da vida da monarca que veio, de certa forma, pôr em causa o seu papel como governante.
O realizador Stephen Frears, que o ano passado nos brindou com o divertido “Mrs.Henderson Presents”, procurou completar as imagens ficcionais deste acontecimento com imagens reais e de arquivo, a fim de dar uma maior credibilidade ao filme.

“The Queen” é um filme composto por uma dicotomia: por um lado vemos a reacção contida e algo fria da família real em relação à morte da Lady Di, enquanto do outro lado vemos um povo emotivo a chorar a morte da sua princesa. No meio encontramos um primeiro-ministro que procura ser o mediador entre os desejos afectuosos do povo britânico e uma Rainha que pretende resguardar os seus sentimentos mais íntimos e privados.

Helen Mirren foi galardoada no Festival de Veneza deste ano com o prémio de Melhor Actriz, prémio que não podia ter sido melhor entregue visto este ser um dos papéis femininos do ano. A actriz conseguiu dar a Isabel II uma imagem não só de uma mulher forte que tenta a todo o custo manter o equilíbrio na sua família e nas relações com o seu povo, mas também uma mulher com sentimentos e extremamente humana (veja-se a cena em que a rainha vai ver o veado degolado).

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sexta-feira, dezembro 01, 2006

“Viúva rica solteira não fica” (2006), José Fonseca e Costa



Viúva antes do tempo

O novo filme de José Fonseca e Costa reporta-nos para século XIX, século onde decorre a história de Dona Ana Catarina (Bianca Byington), uma jovem aristocrata herdeira de vastos terrenos vinícolas. Depois de um primeiro casamento que resultou numa viuvez precoce, D.Ana Catarina volta a casar com cada um dos seus pretendentes. Deixando de lado o seu verdadeiro amor, a viúva rica acaba por assistir à morte estranha de todos os seus maridos.

“Viúva rica solteira não fica” é uma comédia negra onde a morte está sempre à espreita, aguardando o momento de entrar em cena.
O ambiente recriado para o filme é claramente queirosiano, desde o padre cheio de defeitos, aos ambientes luxuosos e falsos da alta sociedade portuguesa, passando pelas lutas e arrufos entre os pretendentes de D.Ana Catarina.

Sendo uma divertida comédia de costumes que tão bem nos alude para os ambientes de finais do século XIX, este filme ganha sobretudo pelo magnífico conjunto de personagens e actores onde encontramos um caricatural Capitão Malaparte, interpretado por Rogério Samora, e uma prestável e enigmática ama interpretada por Cucha Carvalheiro.

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