“The constant gardener” (2005), Fernando Meirelles
It's like it's a marriage of convenience and all it produces are dead offspring.
Baseado no romance homónimo de John Le Carré e realizado por Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”), “The constant gardener” é um filme sobre o amor, sobre a busca da verdade e sobre o abuso do poder.
No Quénia, a esposa de um diplomata é brutalmente assassinada juntamente com um médico local. Abalado com a inesperada notícia, Justin Quayle (Ralph Fiennes), embarca numa perigosa e alucinante viagem para desvendar os mistérios da morte da sua mulher, Tessa Quayle (Rachel Weisz).
“The constant gardener” é, antes de mais, um thriller político que levanta inúmeras questões sobre o poder. Aqui é retratado o abuso e exploração de uma indústria farmacêutica para com pessoas sem meios e sem condições que nela confiam e julgam ver alguma esperança.
É esta injustiça social e humana que Tessa Quayle investiga e deseja desmascarar. Mas a “perigosa” activista é estrategicamente aniquilada com o objectivo das suas investigações permaneceram em puro segredo.
Quando a esposa morre, Justin além de querer limpar o nome da sua mulher (dita como infiel) e descobrir quem a matou, pretende antes de tudo continuar o trabalho dela e revelar ao mundo as suas espantosas e chocantes descobertas.
Todo este enredo de thriller pode ser visto como um pretexto da história de amor que está subjacente no filme. Em variados flashbacks vamos percebendo a história de amor entre estes dois seres tão díspares (ele tímido e pacato, ela exuberante e expansiva).
Ao continuar o trabalho que a sua mulher deixou inacabado, Justin acaba por provar o seu grande amor por Tessa.
Não posso deixar de referir a espantosa interpretação de um dos melhores actores da actualidade, Ralph Fiennes, e a realização crua do brasileiro Fernando Meirelles, vencedor de um Óscar para o seu anterior filme “Cidade de Deus”.
* * *
6 comentários:
Um bom filme que foca vários aspectos do quotidiano, principalmente das ex-colónias.
Foi muito bem filmado pelo nosso irmão!
3***
5bjs
Meirelles estampa o seu cunho na obra de le Carré e a fotografia de César Charlone irradia imagens de profunda destituição, perscrutando a nossa confortável distância relativamente à degradação do bairro de Kibera.
Adorei esta portentosa obra lírica.
Cumprimentos.
Não é tão bom como "Cidade de Deus", mas está acima da média.
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