quarta-feira, novembro 16, 2005

“Funeral” (2005), Arcade Fire



O quinteto maravilha

Muito se tem falado e escrito sobre os Arcade Fire, banda formada no Canadá em 2003.
Em várias publicações de música o seu primeiro álbum, “Funeral”, é referido como a grande coqueluche e obra-prima de 2005 (apesar do álbum ser datado de 2004, ano em que saiu nos Estados Unidos e Canadá).
De facto, todos os elogios tecidos ao primeiro disco desta banda não são em nada exagerados. “Funeral” é uma lufada de ar fresco, uma obra trabalhada minuciosamente onde todos os pormenores contam (e ouvem-se).

Chamar os Arcade Fire de banda indie rock é estar a limitar e desprezar todas as outras categorias que neles sentimos haver uma ligação. O melhor é nem sequer os catalogar uma vez que as suas músicas são de tal maneira bem construídas e complexas que podemos escutar influências de variadíssimos géneros musicais. Há ressonâncias de indie rock, de facto, mas também de um rock experimental, de um pós-punk, de um rock clássico ávido de guitarras e de uma fortíssima componente clássica (sentida nos violinos e pianos, por exemplo).

“Funeral” foi buscar o nome ao luto pelo qual a banda passou e a sua música transmite toda a ideia de purificação e exteriorização da dor. Repleto de pequenas preciosidades ora cantadas por Win Butler, ora pela sua esposa Régine Chassagne, “Funeral” é um disco em que cada música tem o seu toque especial e único.

Se “Neighborhood #2 (Laïka)” nos parece surgir com emergência e desespero, já a música seguinte, “Une année sans lumière”, é mais calma e soturna. O ritmo ganha de novo força na frenética “Neighborhood #3 (Power out)”e em “Wake Up” vemos uns Arcade Fire mais rock e seguros que nunca, numa música que muda completamente de estrutura a partir de meio.
Depois surgem-nos “Haiti” e “Backseat”, cantadas no feminino com uma doçura e calma incríveis que em tudo fazem contraste com a voz sofrida e emotiva de Win Butler.
Por último, de referir a melhor música de todas: “Rebellion (Lies)”. Apaixonante e cativante nos seus 5minutos, estamos perante umas das mais belas músicas que tive o prazer de ouvir nos últimos tempos.

Os Arcade Fire são das melhores coisas (ou mesmo a melhor) que este ano de 2005 nos ofereceu, disso não há dúvida nenhuma.

10/10

8 comentários:

Anónimo disse...

Que claras e belas palavras extraíste do teu pensamento, vertendo-as para o mundo cibernético para que eu (e os demais) possam ter uma visão mais aberta sobre a música que este álbum nos faz sentir!
Excelente nota atribúida. Eu não daria mais!
Amt*:P

gonn1000 disse...

É um bom disco, mas não compreendo o hype. Gosto moderadamente...6/10

Anónimo disse...

É um excelente disco, na minha opinião não tanto 10/10 mas sim lá mais para os lados de um 7/10.Rebellion(lies) já me machuca os ouvidos de tantas vezes ter utilizado o repeat.Não tenho só a certeza de que "Funeral" seja de 2005 acho que é do ano passado.Album do momento Antics - Interpol

Joana C. disse...

júlio:eu sei que tal como eu adoras este álbum ;) ***

gonn1000: eu compreendo perfeitamente o hype uma vez que os Arcade Fire deram algo de diferente à música e não procuraram só seguir certas tendências.

pedro correia: o álbum saiu em 2004 nos Estados Unidos e Canadá mas só chegou à Europa em 2005 :)
Interpol também é muito bom!

Spaceboy disse...

O melhor disco do ano, são a melhor coisa que apareceu nos últimos anos, eu amo este disco que é já um dos discos da minha vida..e por gostar tanto tanto dele é que até hoje ainda não consegui escrever nada sobre ele...

ó gonn1000: só 6/10??? Não achas que merece no mínimo um 8/10?? ouve bem...mas cada um com os seus gostos...

Sunday Morning disse...

um dos grupos favoritos do ano

João D. disse...

Eu, que nem sou nada dado ao género dos arcade fire, achei o disco muito bom. Até acho que te cheguei a dizer isso joaninha...Anyway, realmente é daquele tipo de disco que, mesmo que um gajo queira dizer mal, não pode porque ele ultrapassa qualquer barreira crítica. Não o achei genial, nem nada do género, mas ouve-se bem, é diferente de muita coisa(pronto não disse "porcaria") indie, ou seja lá o que for, que anda por aí aos pulos embalada em caminha de ouro. Os arcade fire ao menos quiseram fugir a tudo e conseguiram.

Não é é o meu cup of tea. Daria um 7/10 maybe.

Anónimo disse...

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