sábado, março 04, 2006

“Capote” (2006), Bennett Miller



It's as if Perry and I grew up in the same house. And one day he went out the back door and I went out the front.

Em 1959, o aclamado escritor Truman Capote (Philip Seymour Hoffman) lê a notícia de um assassinato de uma família no Kansas. Interessa-se de imediato por este crime e não lhe chega apenas fazer uma reportagem para a revista New Yorker: Capote pretende escrever um livro onde a realidade dos factos se mantém. Cria assim um novo género literário apelidado de “romance não-ficcional”.
No decorrer da sua investigação, Capote conhece os dois assassinos e tornar-se especialmente íntimo de um deles, Perry Smith (Clifton Collins Jr.), com o qual acaba por sentir inúmeras afinidades.

O que este “Capote” tem de mais interessante é o facto de não ser uma mera biopic mas sim o retrato de uma época específica da vida deste escritor, nomeadamente o tempo de preparação do livro que viria a ser a sua obra-prima.
No filme, o que vemos é todo o processo criativo que esteve por trás de In cold blood e o homem que o escreveu, homem esse que não é caracterizado como um herói cheio de virtudes mas sim como alguém manipulador e insensível.
Para conseguir escrever aquilo que o próprio tinha noção de ser uma grande obra, Capote não olha a meios para atingir os seus fins e torna-se num ser egoísta e calculista.

Philip Seymour Hoffman é arrebatador como Truman Capote, captando todos os tiques e maneirismos do escritor norte-americano. Pela primeira vez, este actor que se notabilizou por inúmeros papéis secundários de qualidade, deu uma prova maior do seu enorme talento que lhe pode muito bem valer um Óscar (é o meu candidato favorito).

* * * *

5 comentários:

Anónimo disse...

Adorei o filme. Não nos calámos a tarde toda.
Os tiques do actor estão muito bem. E tudo o resto. Até algumas situações mais cómicas! Aquela da marylin... eheh e a apresentação do cachecol também!
Acabei há pouco de ler o livro e ainda gostei mais.
Daria 5* a este filme. Muito bom mesmo.

Anónimo disse...

*marilyn
am.t

Anónimo disse...

A ver brevemente :).

Bjs

Claudia Matos Silva disse...

Por acaso ele é também é o meu favorito mas mais por uma questão de este poder ser um reconhecimento por outros trabalhos em que ele participou magnificamente. Num lado emocional gostava muito que o protagonista do Brokeback mountain também ganhasse porque acho que ele fez ali o papel da sua vida ...duvido que consiga superar-se, até porque ele parece-me um pouco o actor da moda, do momento e confesso até que tenho uma certa antipatia por ele...no entanto brokeback mountain diz-me muito e só por isso também gostaria que ele ganhasse o Oscar de melhor actor.

PS-Folgo muito em saber que tens um gatito igual ao meu. Só é pena que o meu seja mau como as cobras. O meu favorito é a lady...a gata...Linda, é o nome do borracho. O ruivo é o Luka, um mal amado por ser um génio incompreendido com alma de cão:) Quanto ao rezingão Leonardo...Leo para os amigos (se é que os tem) e Leuzito (para o meu pai que o acha um gato cheio de virtudes):))

Princesa Sisi disse...

epá, achei giro o filme, mas acho que dava-lhe 3.
Não sei... achei uma beka estranha a maneira que eles mostram os comportamentos do Capote... Sem dúvida que o trabalho do actor está mto bom, finalmente reconhecido pelo seu talento...
mas bom, o filme fez-me, também, lembrar muito do Dead Man Walking.
É estrnho, sei la. Dou-lhe 3 de 5