segunda-feira, março 27, 2006

“A history of violence” (2006), David Cronenberg



In this family, we do not solve problems by hitting people!

Tom Stall (Viggo Mortensen) é proprietário de um café numa tranquila cidade americana no estado do Indiana.
A sua vida pacata na companhia da mulher (excelente Maria Bello) e dos dois filhos muda radicalmente a partir do dia em que o seu café é assaltado e Tom, para defender os seus empregados e clientes, mata brutalmente os dois assaltantes.
Depois deste dramático episódio, torna-se o alvo das atenções dos media e começa a ser apelidado por todos como “herói”.
É então que um misterioso homem surge na pequena cidade e afirma conhecer Tom (ou antes “Joey”) e o seu passado violento e secreto.

Com cenas explicitamente violentas (ou não fosse este filme tratar-se de “uma história de violência”), David Cronenberg filma com grande eficiência as angústias de Tom, um homem que quis deixar para trás o seu passado sangrento e recomeçar uma nova vida com uma identidade diferente.
Mas o passado é algo que não se pode simplesmente apagar e é isso mesmo que Carl Fogarty (Ed Harris), o misterioso homem, pretende elucidar em Tom: por muito que este se tenha tornado num homem honesto, respeitado na sua comunidade e amado pela sua família, a sua vida anterior vai sempre persegui-lo.
Joey vai silenciosamente apoderando-se de Tom, que vai ficando, por isso mesmo, cada vez mais violento.

“A history of violence” é particularmente interessante do ponto de vista de nos ser apresentada uma família ideal e feliz que, no entanto, tem inúmeros mistérios por revelar. Nem tudo se diz, nem tudo se mostra, parece ser a tagline deste filme.

O filme deambula muitas vezes entre a comédia negra e o thriller o que nos deixa sem perceber como reagir em determinadas situações.
A cena final, que para muitos é soberba, pareceu-me puxar para a lágrima fácil, o que não é nada bom.

* * *

12 comentários:

gonn1000 disse...

Como tu, gostei moderadamente, é um filme interessante mas não creio que mereça os quase consensuais elogios que tem tido.

Anónimo disse...

Este filme é.. nem sei que dizer! Uma fantochada! Mas q merda.. a meio do filme (ou antes até) já só pensava em q sitio iriamos jantar, lol.
A parte final, quando o Mr.Stall vai à casa do irmão, é de partir a rir, q comédia! E não fui o único a achar isso. Tanto tu como o resto do publico soltou umas gargalhadas bem fortes.. O filme deveria ser classificado como comédia! xD Tenho lido por aqui (net) e pelos jornais criticas construtivissimas sobre o filme, sobre a simbologia, sobre a carga emocional que resulta num despoletar da violência.. Bullshits, treta d'artista, pra isso vão à galeria 8 ver os quadros da relva ou mesmo "o papel em branco" pra perceber bem o que se pode dizer sobre nada.
E outra parte do fim também, qnd a filha levanta-se e vai buscar os talheres para o paizinho que chegou.. pura mierda! Qual era o objectivo? dar pro sentimental? Até disse "ohhh" qnd ela se levantou.. Ridículo!
É um bom filme, sim, mas pra passar num Domingo à tarde na TVI antes do telejornal.
0/5
ops!
1/5 (a parte de comédia negra. Sim, é a única boa.)

Joana C. disse...

gonn1000: também me parecem muito exagerados todos os elogios que este filme tem recebido.

júlio: xiiiii, tanta raiva que para aí vai,lol!o filme não é assim tao mau como o pintas mas são gostos ;)

h: essa reflexão das origens da violência parece-me ser um ponto muito interessante do filme. Como este não nos dá a resposta,teremos que ser nós a pensar sobre o assunto.

João D. disse...

O filme é perfeito. Aliás, é mais que perfeito. È fenomenal,maravilhoso,belo,emocionante e assustadoramente real. e que nos indica sobretudo que nunca poderemos ser a mesma pessoa, por mais que tentamos. E que, nos transformamos quando menos estamos à espera: assim aconteceu com Tom,com a mulher (quando se vestiu de cheerleader), com o seu filho(qundo bateu lá no mauzão). È um conto sobre a violência, e de que forma ela pode transformar a vida de cada um, porque parece que nos comanda a todos.

Tenho um bocado de pena que o Júlio tenha sido tão destrutivo, mas enfim é verdade que o cronenberg não quer mostrar soluções no filme, apenas nos apresenta as premissas para nós mesmos concluírmos o que quisermos.

O final foi dos melhores que já vi em cinema. Quando a cena começou, só desejava para mim mesmo que fosse a cena final, porque era o fim perfeito. Aquele final em aberto nada nos disse, apenas nos tentou demonstrar uma possível reintegração no quadro familiar.

Foda-se tou farto de escrtever. Mas o filme é perfeito. 5 estrelas, 10/10,20/20,100/100. Sempre pontuação máxima, no meu mewlhor filme da década até agora, só ultrapassado pelo 25th hour do spike lee.

Anónimo disse...

Também não o achei "brilhante e perfeito", como muitos o apelidam. Ainda assim, acho que é um fiel retrato e um belo estudo de um caso de violência...violência essa, que no fundo, existe em todo o mundo...

Bjs **********

Anónimo disse...

João:
"assustadoramente real" - exacto, principalmente a parte em que o protagonista visita a casa do irmão não é? (não houve ninguém que não se tivesse rido aquando dessa parte..lol)
"O final foi dos melhores que já vi em cinema." - foi mesmo? Hum, para além de ter sido previsível, piorou ainda mais pelo facto de ser a puxar pro sentimental.
"Sempre pontuação máxima, no meu mewlhor filme da década até agora" - nem imagino quais são os outros filmes andas a ver...

João D. disse...

Dude, não me parece que a visita ao irmão tenha sido irreal. O gajo já estava encarnado na sua vida passada, o irmão tinha-lhe dito para ele lá ir, ele ali era o joey e não o tom. Não faria aquilo enquanto tom, tal como também não matou o fogarty enquanto tom.

E a violência é irracional. Tal como a vingança.

O fim não acho que tenha sido lamechas. Repara, houve suspense e medo(porque ninguém sabia "quem" tinha entrado: se tom se joey), há um fim em aberto(não me digas que entregar talheres e passar um rolo de carne é algo fechado?), há uma possível aceitação familiar...mas não há abraços, choro, beijos, enfim aquelas lamechices bacocas à la filmes da tvi dos cães que jogam basket, e dos macacos que jogam hóquei no gelo.

E não é o meu melhor filme da década, mas o segundo: o primeiro é o "the 25th hour" do spike lee. E depois há outros que decerto também gostas, como o lost in translation ou o the eternal sunshine of the spotless mind.

Por isso, como calculas, não ando praí a ver os filmes do seagal ou do stallone. Simplesmente, e como muita gente, adorei mesmo o "history of violence", tal como muita gnete. Não me vais dizer que toda a gente que adorou o filme, anda a ver filmes de cócó pois não?

Fica bem []

Anónimo disse...

Mas toda a gente que viu o filme não anda a dizer que foi o melhor da década ou dos melhores da década. Há que ser moderado. Pensa nisso.

João D. disse...

haa epá olha que não concordaria muito contigo...não sou o único a afirmá-lo ao contrário do que tu imaginas.

João D. disse...

E ó júlio essa do ser moderado também não encaixou propriamente contigo...

Anónimo disse...

Acabei de ver o filme. É o melhor filme do ano até agora, é brilhante, genial. Não sei como há opiniões tão divergentes, mas respeito as opiniões dos outros.
A cena final é brutal, os planos, o Cronemberg é muito bom mesmo.

Nota máxima.

Anónimo disse...

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