segunda-feira, novembro 06, 2006

“Dans Paris” (2006), Christophe Honoré



Às voltas em Paris

Paul (Roman Duris) e Jonathan (Louis Garrel) são os dois irmãos do centro da história de “Dans Paris”. O primeiro volta à casa do pai em Paris após a dolorosa separação amorosa que o deixa em estado de completa depressão e inércia; o segundo é um bom vivant que num só dia tem três encontros sexuais com raparigas diferentes.

Estruturado com alguns flashbacks que nos apresentam o contexto da separação de Paul, “Dans Paris” é um filme melancólico e cinzento que apenas alivia nas cenas em que vemos a leviandade quase cómica de Jonathan (que chega a confessar que as aventuras sexuais que teve nesse dia foram em “honra” do irmão).

Romain Duris, que já conhecíamos desde o sucesso “L´Auberge espagnole” e do denso “De battre mon couer s´est arrêté”, e Louis Garrel (“The Dreamers”) são extraordinários na pele destes dois irmãos que, dadas as circunstâncias da vida, voltam a partilhar não só o mesmo espaço físico como também as suas mágoas e confissões.
Guy Marchant é também espantoso no papel do pai preocupado com os seus filhos e que tenta retirar Paul do seu profundo estado depressivo.

“Dans Paris” é o filme que procura ressuscitar a “nova vaga” do cinema francês, as suas personagens individualizadas e os momentos que parecem não fazer sentido nenhum.
É ainda um filme nostálgico, como podemos ver na belíssima cena em que Roman Duris está só no seu quarto a cantar “Cambodia” de Kim Wilde, música que o faz recordar os tempos da adolescência, esses anos 80 onde ainda não sofria por amor e tinha uma existência despreocupada.

* * * *

5 comentários:

C. disse...

A ver, portanto!

Joana C. disse...

Wasted blues: a ver, sem dúvida :)

Hugo disse...

A ver e rever. O bom do filme está imbuído, formalmente, por uma liberdade que faz lembrar o melhor da Nouvelle Vague.

Sunday Morning disse...

adorei este filme,como tenho dificuldade de exprimir o que sinto e coloca-los em palavras apenas volto a dizer de uma forma simples.....adorei

Anónimo disse...

Depois de ter visto no outro dia um filme como por exemplo o "La maman et la putain" já percebo aqueles que dizem que este filme apenas toca ao de leve naquela corrente tão grandiosa que foi a Nouvelle Vague.