domingo, dezembro 18, 2005

“Broken Flowers” (2005), Jim Jarmush



You are the Don Juan.

Don (Bill Murray) é um conformado solteirão que após ver sair da sua vida a mais recente namorada, entrega-se a uma existência vazia e sem interesses.
Mas o inesperado acontece quando Don recebe com uma carta anónima de uma paixão antiga que diz ter um filho seu, actualmente com 19 anos.
Com a ajuda e entusiasmo do seu vizinho Wiston (Jeffrey Wright), Don parte em busca das ex-namoradas com o intuito de saber qual delas é a mãe do seu suposto filho.

Muito mais do que uma simples visita às cinco ex-namoradas, esta viagem representa um reencontro com o passado que faz com que a personagem principal se interrogue sobre o seu actual estado.
Todas estas mulheres (Sharon Stone, Frances Conroy, Jessica Lange e Tilda Swinton) que fizeram parte do passado de Don vão também ser peças fundamentais para este perceber o estado de profunda melancolia e solidão em que se encontra.

À semelhança de “Lost in translation” e “Life aquatic with Steve Zissou”, Bill Murray interpreta na perfeição a desilusão e desencantamento de um homem de meia-idade que espera encontrar algum conforto e reconhecimento por parte dos outros.
“Broken Flowers” é um filme silencioso (tal como o estado de alma e a casa do seu protagonista) que muito fica a ganhar com a interpretação deste grande actor.

A ideia de partida deste filme é animadora, não só pelo argumento mas também pelo elenco de luxo. Contudo Jim Jarmusch poderia ter ido mais longe, principalmente no final que, mais uma vez à semelhança de “Lost in translation”, surge em aberto deixando o espectador com inúmeras possíveis interpretações. Mas se no filme de Sofia Coppola essa é uma peça fundamental para filme, em “Broken Flowers” faria mais sentido termos um final concreto e não uma ideia muitíssimo vaga das coisas.

* * *

6 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com a tua observação sobre o final do filme, desiludiu um pouco.
Ainda assim é um bom filme. 3/5

gonn1000 disse...

O final é fraco, mas o resto do filme não é muito melhor. Considero-o dispensável...

Anónimo disse...

p.s.- bill murray continua tão bom como no lost in translation. Só de olhar para a cara que faz de não fazer nada já mete piada. Eu gosto.
amt*

Anónimo disse...

lost in space: acho que todos percemos o final do filme, ou não teríamos mostrado o nosso desagrado pelo mesmo. O realizador quis deixar tudo em aberto, dando asas à imaginação do espectador, mas de uma forma não muito convincente ou concreta. Com este final ou sem ele teríamos ficado "na mesma"

Daniel Pereira disse...

"Com este final ou sem ele teríamos ficado na mesma". E não foi assim que ficou a personagem? E não foi esse o objectivo de Jarmush? Excelente filme!

Anónimo disse...

Se te vires no papel do personage, tudo bem. :)